Crónicas Barcelonistas 10 – Estratégias tugas

9 de junho de 2004

Cá passei o meu primeiro fim-de-semana em Barcelona. Dois amigos meus da Nestlé vieram visitar-me e assim aproveitei para efectuar o meu primeiro reconhecimento a sério da cidade. Assim na Sexta à noite lá fui buscar o Paulo e a Rosa ao aeroporto e depois de todos juntos lá fizemos os planos estratégias de ataque à cidade para o dia seguinte, Sábado. Claro que antes de planear a estratégia de ataque tivemos uma série de horas na palheta a falar de tudo menos desse assunto, pelo que como já estão a calcular, o plano ficou muito bem elaborado.
- Bem vamos lá combinar as coisas para amanhã. - Disse um de nós por volta das 2 da matina.
- OK, e se víssemos amanhã.
- Está bem. - Disseram os outros 2 em uníssono.
Não foi bem assim mas quase, uma autêntica estratégia tuga. E lá nos fomos deitar.
No dia seguinte ás 10 da madrugada, frescos que nem uma alface com uma semana de frigorifico, lá estávamos nós prontos para invadir os locais mais promissores de Barcelona.
Nessa manhã juntou-se às a nós mais uma tuga que entretanto anda por estas paragens e que teve a coragem de se juntar a nós, a Misé. Mas quem é que conseguiria resistir a um plano de passeio assim tão bem elaborado, nem uma agência de viagens proporia plano melhor. E seguindo o plano à risca, ou seja ao sabor do vento, lá fomos nós os três destemidamente cidade a dentro.
Não vos vou maçar muito com os pormenores dos locais onde estivemos durante o dia, se quiserem saber mais sobre esse assunto venham fazer-me uma visita e vejam por vocês mesmo.
Vou só relatar alguns pormenores que acho interessantes.
Por exemplo nunca pensei que um meio de transporte tão simples e inofensivo como o funicular pudesse criar tanto celeuma entre nós durante este passeio, mas é melhor não adiantar muito mais sobre as nossas dissertações sobre tal meio de transporte e o seu peculiar nome, pois poderão existir menores a ler estas crónicas.
Também nos despertou a atenção uma tabuleta em catalão que vimos no interior de um eléctrico e que dizia mais ou menos isto: “Es prohibit ascopir”. Começamos a olhar uns para os outros a pensar se quereria de facto dizer o que estávamos a pensar. Colocamos logo a nossa imaginação a funcionar iniciando uma série de relatos de cenas imaginárias que se teriam passado ou quem sabe se passariam naquele eléctrico para ter sido necessário colocar semelhante aviso sinalético no seu interior. Confirmamos na segunda-feira seguinte junto dos Catalães da Nestlé que a tabuleta queria de facto dizer o que tínhamos imaginado. Perguntarão vocês se de facto quererá dizer aquilo que vocês também estão a pensar, bem, perguntem a um catalão, que eu sou simples tuga.
Por volta das 18 horas, depois de um dia a andar a pé, de autocarro, eléctrico e funicular visitando alguns dos locais mais pitorescos da zona, lá fomos direitos ao Passeio da Gracia, onde iria decorrer (segundo diziam por aqui) um enorme desfile de carnaval. Tínhamos combinado encontrarmo-nos com mais uns tugas que andam por estas bandas à mais tempo, mas que preferiram durante o dia ir descansar para a praia, o Hugo e a Susana. Sobre este extraordinário desfile de carnaval leiam depois a crónica seguinte.
Para afogar as mágoas do desfile de carnaval lá fomos jantar e buer para esquecer. No jantar ainda se juntaram mais uns tugas, o João da Nestlé e mais dois outros tugas que já nem me lembro do nome. O grupo tinha-se assim engrossado ao longo do dia e preparava-se para ficar ainda mais grosso depois de uma “Canhas” (imperiais em espanhol).
Depois de bem comidos e bebidos lá fomos para a “nigth” dançar e pular até ás 4 e tal da matina.
Sem acontecimentos de maior, e com uma enorme fraqueza nas pernas, vá-se lá saber porquê, lá nos fomos deitamos perto das 6 da manhã.
- Amanhã o primeiro a acordar acorda os outros - disse um de nós – vamos ver se não acordamos muito tarde que é para ainda aproveitar bem o Domingo...
Às 2 e tal da tarde lá arrancamos finalmente para dar mais um giro pela cidade.... Lá fomos nós mais uma vez e ainda meio abananados continuar o reconhecimento do território inimigo... perdão amigo... Se dão estas crónicas a ler a algum espanhol estou frito (não.. não faço a mínima ideia como se diz “frito” em espanhol) . Foi nessa noite que tive uma notícia fantástica, o Benfica tinha ganho a taça de Portugal… Viva o SLB.
O Paulo estava ao telefone com a esposa em Portugal e ela deu-nos a notícia da vitória do Benfica bem como do barulho infernal que ia em Lisboa devido às comemorações. De acordo com os relatos da esposa do Paulo, a sua filha mais novita estava a tentar integrar-se no espirito das celebrações que decorriam pelas ruas de Lisboa, e como não sabia nem sequer cantar o hino do Benfica (o que devia ser considerado um crime), resolveu cantar o que sabia: o “Aleluia, Aleluia” … Mal sabia ela que era o que muitos de nós benfiquistas estava a cantar interiormente.

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