Sigamos o Mikey.

15 de agosto de 2006

Existem para aí alguns boatos sobre o facto de eu ser um pouco distraído e desorientado. Nomeadamente bocas sobre o facto de eu seguir sem explicação plausível carros com Mikeys pendurados na antena.

Confesso que de facto que sou um pouco despistado, mas não pensem vocês que foi de um dia para o outro que consegui atingir este estado de me conseguir facilmente perder num caminho qualquer por mais simples que ele seja. Foram longos anos a apurar esta arte do perder caminhos e coisas, na tentativa de conseguir um dia alcançar a forma perfeita e superior da perdidela.

Nesta minha saga para atingir os mais altos desígnios da arte da perdidela, vou-vos relatar uma das situação que me aconteceu recentemente e que demonstra que estou de facto muito perto de atingir o tal estado de perfeição de que vos falava anteriormente.

De facto já perdi muitas coisas, desde aviões, carteiras, telemóveis, chaves, etc. No entanto no outro dia perdi o meu carro. Não que tenha sido a primeira vez, porque é uma coisa que acontece com alguma frequência, principalmente quando ando sozinho, altura que mais facilmente me ponho a efectuar actos de reflexão sobre a minha insignificante existência aqui na terra, ou por exemplo por estar a resolver mentalmente equações sobre passos salseiros de formulas intermináveis e de difícil resolução, ou ainda então devido ao facto de passar por mim um par de longas pernas que faz com que o meu cérebro passe a pensar em coisas bem mais profundas e interessantes do que onde raios coloquei o carro.

Mas iniciemos então o relato da última perdida de carro que fiz:

Era um Domingo e estava sem nada para fazer, lá chegou aquela altura da tarde em que o malfadado tédio ataca de uma forma violenta e em que não apetece acender a televisão, não apetece ouvir musica e os livros que estão por ler aparentam todos um aspecto de pouco ou nenhum interesse. Assim e não me tendo dado a vontade de chagar nenhum amigo para ir ao cinema ou para fazer outra coisa qualquer, resolvi ir até a um dos meus antros de perdição, a Fnac. Não me apetecia ir á Fnac do Chiado pois fica mais longe e então resolvi ir até ao à Fnac do Colombo. Fui até ao PC de forma a obter informações na net sobre as actividades culturais da Fnac para aquele dia e naquele dia até ia tocar á tarde um grupo musical cujo nome já não me lembro. Assim para além de ir dar uma olhadelas pelos livros, pelos CD's e pelas últimas novidades em tecnologia de DVD's, fotos e afins, poderia entreter-me um pouco com um grupo musical que iria apresentar ao vivo no auditório da Fnac o seu novo CD que estava para ser lançado brevemente.

Assim lá rumei eu direito ao Colombo. Sim direito, não me desviei nem me perdi por nenhum atalho.. Vocês são terríveis, já estavam para aí a pensar as voltas e mais voltas que tinha dado para chegar ao Colombo não? Mas quer queiram acreditar ou não foi mesmo lá direitinho. Estacionei o carro e segui em direcção à para a loja da Fnac. Lá estive durante um bom bocado. Vi as últimas novidades discográficas, apreciei e babei-me com os últimos modelos de televisões LCD's, namorei os últimos modelos de máquinas fotográficas, passei os olhos por alguns livros de BD, ouvi alguns CD's nalguns dos postos de escuta existentes e claro que está ouvi então o tal grupo que actuava por voltas das 18h. Acabei por não ver o espectáculo todo pois a musica que tocavam não fazia muito o meu género. Assim bebi um cafezito e dirigi-me à saída da Fnac, entretanto e espantosamente não se tinha agarrado às minhas mãos nenhum CD nem nenhum Livro, fenómeno que normalmente costuma acontecer nas vezes que me desloco às lojas da Fnac e que costuma depenar ainda mais a minha já parca conta bancária.

Saindo da Fnac fui ainda dar uma olhadela a algumas das lojas que costumo visitar normalmente quando vou ao C. C. Colombo, "A Casa", "Tribo", "Celeiro", "Natura", "Tema". Felizmente a "Worten" estava fechada por ser Domingo e assim não havia o perigo de aí ainda se poder agarrar algum objecto às minhas mãos.

Estava na altura de ir para casa, antes ainda comi uma Pita Shoarma e uma Cola-Light porque o estômago já estava a começar a queixar-se e porque não estava mesmo nada a apetecer ir cozinhar o jantar a casa. Estômago mais aconchegado e lá vai ele em direcção ao carro. Desci ao piso -1 onde normalmente coloco o carro e antes de pagar tentei relembrar-me onde tinha colocado o carro. Mas parecia que tinha tido subitamente um ataque de amnésia, não fazia a mínima ideia onde o tinha colocado, normalmente coloco-o sempre na mesma zona, na zona Azul, que assim facilita-me a procura deste pequeno e esquivo objecto que é o meu carro. Mas por muito que tentasse lembrar-me não me vinha à memória onde raio tinha colocado desta vez o Amstrong, nome por que dá o meu pobre Honda Jazz. Bem como não me conseguia mesmo lembrar, resolvi começar a pesquisa de uma forma metódica, ou seja, comecei atabalhoadamente a procura-lo pelos diferentes corredores do piso -1 da zona azul. Mas nepias, Amstrong nem vê-lo. Mas que raio tinha quase a certeza absoluta que o tinha colocado no piso -1. Bem certeza certeza.. Estava na hora de ir tentar a minha sorte ao piso -2. Lá fui até ao piso inferior fazer o mesmo tipo de pesquisa. Mais uma vez nada de nada. Raios, seria que o Amstrong tinha finalmente fugido de mim, farto dos mal tratos que lhe tenho infligido aos longo destes últimos 3 anos? Procurei e procurei de novo e nepias. Voltei ao piso -1 na esperança que ele tivesse apenas ido beber um café mas que entretanto tivesse regressado mas nada de novo. Já farto desta procura infrutífera e farto de procurar na minha memória onde raio teria eu colocado o carro, resolvi pegar no tiket que ainda não tinha tirado do bolso. É que pelo menos no bilhete costuma estar o local por onde se entra no parque de estacionamento e isso poderia ajudar-me miraculosamente a encontrar o carro. Aí tive um segundo susto, não encontrava o raio do tiket, procurei nos bolsos das calças, nos bolsos da camisa, nos compartimentos da minha fiel mochila, dentro da carteira, nas cuecas, sei lá... procurei em todo o lado, e nada. Estou lixado pensei eu. Que raios, agora é que estou frito. Não tenho tiket nem carro. Isto é um complom, resolveram lixar-me só pode ser, deve ser para os apanhados, certeza absoluta.. Mas de repente ajudado pelo facto de não encontrar o tiket veio-me finalmente à memória onde tinha colocado o carro. "É isso porra, está lá fora".. Um casal que passava por mim no parque nesse momento até ficou a olhar para mim, o que demonstrou que devo ter falado um pouco mais alto do que o que é aconselhável para alguém que se encontra sozinho. Mas que se lixassem, finalmente estava resolvido o mistério. De facto cá fora, ao chegar, tinha visto um gajo a sair de um lugar mesmo perto do Colombo, e tinha aproveitado para estacionar o carro cá por fora de forma a poupar uns cobres no estacionamento.

2 comments:

Portugga disse...

Eu vi o mickey. Fui uma das hospedes to grande Amstrong no passeio atrás de um mickey. Imaginem se fosse uma miney de pernas longas... ainda hoje andávamos a andar por Espanha!

Luis, estás mesmo a melhorar!!

joana disse...

ca para mim o armstrong ainda está a remoer aquela vez que ficou empanado na costa! :P

felizmente esse cerebro la fez "clic!clac!" e te lembraste onde ele estava. o que tu precisas é de tirar uma fotografia da cena do crime para ver se essa memoria visual te ajuda a perder menos coisas!

beijos salseiros
******************

 
DanceWalker Cronicals - Templates para novo blogger