8 de dezembro de 2004
Isto andar de autocarro é uma alegria. Já não andava de autocarro assim com tanta regularidade desde os meus primeiros anos de trabalho, não vou dizer à quantos anos foi isso que me faz lembra a idade que tenho. Sim que isto quando se chega aos 27 anos é uma porra. Para além da senilidade e das dores que começam a aparecer aqui e ali começamos também a ter um sério problema que é o de mentir sobre nossa idade. Bem, mas voltemos ao assunto desta crónica antes que escreva alguma coisa de que me arrependa sobre esta questão das alterações que acontecem com a idade.
É verdade, quem me ia convencer que em 2004 estaria a trabalhar em Barcelona e a ir de Autocarro de casa para o trabalho. Bem não se pode chamar bem ao meu apartamento aqui em Barcelona a minha casa, mas o facto é que acabo por passar mais tempo aqui no apartamento do que na minha verdadeira casa aí em Portugal.
Todas as manhãs lá vamos nós, eu e o Nuno, de pasta na mão e ainda meio ensonados (este grau de sonolência depende sempre do programa do dia anterior) para a paragem de Autocarro cá da zona. A paragem de Autocarro do belo 63, que vai de S. Juan Despí até à Praça da Catalunha. Neste percurso passa pela Nestlé onde lá descemos nós, que remédio. Ao fim da tarde é o mesmo percurso mas agora em sentido contrario. Sempre que quero sair à noite para dar uma volta lá tenho que apanhar outra vez o 63. No outro dia comecei a fazer mentalmente contas às viagens de que por aqui já fiz de 63. Sim, é que estava sem sono e para adormecer lembrei-me disso, foi remédio santo, adormeci que nem um anjinho, quais questões filosóficas sobre o sentido da vida qual quê, ao fim de contar para aí uma dúzia de viagens adormeci que nem uma pedra. Sim que isto de contar carneiros já não se usa esá fora de moda, então temos que arranjar alternativas mais modernas. E como eu não vejo a Quinta dos Piolhosos, não posso adormecer a contar as bacoradas que devem ser ditas pelo Castelo Branco, tive que arranjar outro método. Assim lá me coloquei a contar viagens de 63. Claro que poderia contar outra coisa qualquer, por exemplo passageiros do autocarro 63, que era um universo muito maior e que daria para mais tempo caso a insónia perdurasse. Mas se tivesse enveredado por esse caminho teria sido o cabo dos trabalhos, é que entretanto na contagem imaginária de passageiros a mente poderia passar e ficar fixa nalguma passageira que eu tivesse visto recentemente no autocarro e aí é que nunca mais adormecia. Contar Autocarros ou viagens de Autocarro é bem mais inócuo.
No outro dia estavam umas senhoras a fazer uma estatística no autocarro. Mal entravam estava uma senhora identificada como sendo da TMB – Transportes Metropolitanos de Barcelona (a Carris cá da zona) a entregar um papel com a paragem onde tinha-mos entrado. O papel dizia que deveríamos entregar o papel à saída do Autocarro. Sim que a gente já vai percebendo qualquer coisa de Castelhano. Durante a viagem ainda ponderamos se deveríamos deixar ou não o número de telemóvel no papel. Mas não deixamos. Não que o papel pedisse esse dado, alias o papel nem era para a gente preencher nada. Apenas não deixamos o número de telemóvel porque as senhoras que estavam a fazer este trabalho não eram daquelas que nos deixam sem sono quando estamos a contar passageiros para adormecer.
É verdade, quem me ia convencer que em 2004 estaria a trabalhar em Barcelona e a ir de Autocarro de casa para o trabalho. Bem não se pode chamar bem ao meu apartamento aqui em Barcelona a minha casa, mas o facto é que acabo por passar mais tempo aqui no apartamento do que na minha verdadeira casa aí em Portugal.
Todas as manhãs lá vamos nós, eu e o Nuno, de pasta na mão e ainda meio ensonados (este grau de sonolência depende sempre do programa do dia anterior) para a paragem de Autocarro cá da zona. A paragem de Autocarro do belo 63, que vai de S. Juan Despí até à Praça da Catalunha. Neste percurso passa pela Nestlé onde lá descemos nós, que remédio. Ao fim da tarde é o mesmo percurso mas agora em sentido contrario. Sempre que quero sair à noite para dar uma volta lá tenho que apanhar outra vez o 63. No outro dia comecei a fazer mentalmente contas às viagens de que por aqui já fiz de 63. Sim, é que estava sem sono e para adormecer lembrei-me disso, foi remédio santo, adormeci que nem um anjinho, quais questões filosóficas sobre o sentido da vida qual quê, ao fim de contar para aí uma dúzia de viagens adormeci que nem uma pedra. Sim que isto de contar carneiros já não se usa esá fora de moda, então temos que arranjar alternativas mais modernas. E como eu não vejo a Quinta dos Piolhosos, não posso adormecer a contar as bacoradas que devem ser ditas pelo Castelo Branco, tive que arranjar outro método. Assim lá me coloquei a contar viagens de 63. Claro que poderia contar outra coisa qualquer, por exemplo passageiros do autocarro 63, que era um universo muito maior e que daria para mais tempo caso a insónia perdurasse. Mas se tivesse enveredado por esse caminho teria sido o cabo dos trabalhos, é que entretanto na contagem imaginária de passageiros a mente poderia passar e ficar fixa nalguma passageira que eu tivesse visto recentemente no autocarro e aí é que nunca mais adormecia. Contar Autocarros ou viagens de Autocarro é bem mais inócuo.
No outro dia estavam umas senhoras a fazer uma estatística no autocarro. Mal entravam estava uma senhora identificada como sendo da TMB – Transportes Metropolitanos de Barcelona (a Carris cá da zona) a entregar um papel com a paragem onde tinha-mos entrado. O papel dizia que deveríamos entregar o papel à saída do Autocarro. Sim que a gente já vai percebendo qualquer coisa de Castelhano. Durante a viagem ainda ponderamos se deveríamos deixar ou não o número de telemóvel no papel. Mas não deixamos. Não que o papel pedisse esse dado, alias o papel nem era para a gente preencher nada. Apenas não deixamos o número de telemóvel porque as senhoras que estavam a fazer este trabalho não eram daquelas que nos deixam sem sono quando estamos a contar passageiros para adormecer.
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