Crónicas Barcelonistas 28 - Festa internacional

6 de outubro de 2004

Terça feira foi feriado por estas bandas. Então resolvi começar a planear o dia de folga. Segunda-feira véspera do feriado fui beber uma clara com a Doris, que é uma Austríaca que está também a trabalhar aqui na Nestlé Espanha. Lá combinamos encontrarmo-nos no café Zurique na Praça da Catalunha. Estava eu no célebre 63 (o tal Autocarro) a caminho do centro de Barcelona, quando recebi um sms da Dioris que dizia mais ou menos isto, mas em espanhol claro: “Festa privada, às 11, queres ir”. Ui, festa... claro disse logo que sim. Então depois de termos bebidos umas claras e de palrar um pouco lá nos dirigimos para o local da tal festa. Compramos uma garrafa de cava e uma de vinho tinto para não aparecermos de mãos à abanar e lá fomos. Pelo caminho apanhamos uma outra Austríaca amiga da Doris, essa sim que tinha sido convidada mas que lhe tinham dito para levar quem quisesse. Depois de uma aventura a subir num Elevador mais velho que o meu avô se fosse vivo, lá chegamos ao apartamento. Aquilo estava cheio de pessoal, tudo de bebida na mão em amena cavaqueira. Finalmente lá conheci o organizador da Festa, um inglês de nome Richard que está também a trabalhar por aqui por Barcelona mas não sei bem em quê, ele bem me disse mas já não me lembro, mas já vão perceber porque é que já não me lembro. É que entretanto começamos a falar com os outros convivas, ora em Espanhol ora em Inglês, e eles eram tantos que me esqueci dos tantos nomes, profissões e razões de estar em Barcelona. Ora vejam, é que pelo menos as nacionalidades acho que ainda me lembro: um Inglês, o anfitrião como já tinha dito, dois Suecos, uma Italiana, uma Suíça, mais dois Austríacos, um Francês, um Belga, dois alemães, uma Mexicana, uma Argentina para além de uma mão cheia de Espanhóis, isto que me lembre. E imaginem a coincidência um dos Alemães tem os pais a morar no Algarve e até falava Português. Por isso quando saí da festa já estava era com sérias dificuldades em saber o meu nome, a minha profissão e acima de tudo a minha nacionalidade, e acreditem que não foi de beber muito. Há, é verdade, acho que só não consegui saber a nacionalidade de duas tartarugas que estavam dentro de um Aquário, é que elas não falavam nem Espanhol nem Inglês.
No entanto o mais engraçado da festa foi ver o ar um pouco embaraçado de uma “chica” Sueca quando eu como bom Português cumprimentei as meninas com dois beijinhos (na face seus malandros). É que por exemplo, e vim eu mais tarde a saber, na Suécia cumprimenta-se uma “chica” com um aperto de mão, ou então quando é um comprimento mais intimo, ou seja de alguém que já se conhece à mais tempo dá-se um terno abraço e pronto, mas beijinhos é que não. Mas enfim já estava dado por isso, paciência. Estava lá na festa um Belga com cara de quem não se importaria de levar um beijo doutro homem, mas teve de se contentar com um aperto de mão, xiça.

Nota: Uma clara é uma cerveja com limonada de garrafa. É como o nosso panachê, mas por aqui em vez de gasosa usam limonada e geralmente da mais rasca que é para ficar melhor.

0 comments:

 
DanceWalker Cronicals - Templates para novo blogger