Crónicas Barcelonistas 22 - Luis Da Silva

22 de agosto de 2004

Lá fui a mais uma aula de salsa aqui em Barcelona. Mal cheguei à porta o professor para meu duplo espanto disse logo num perfeito Português “Ainda bem que regressou, desde que veio para a nossa escola que o número de alunas não parou de aumentar. Agora que esteve de férias elas não param de perguntar quando regressa o grande bailarino português Luis Da Silva”. Agradeci muito espantado e lá entrei na sala de aulas. As garotas, incluindo a professora lá estavam muito sorridentes, e meteram logo conversa comigo, os restantes rapazes da turma é que não gostaram nada da conversa, mas que culpa tenho eu dos Tugas serem mui mais charmosos que os Catalães. Também a falarem naquela língua de trapos não é de admirar. Lá começamos as aulas, entretanto fora da sala estavam umas dezenas de raparigas acotovelarem-se umas às outras e a olhar para dentro da sala a cochicharem uma com as outras, de vez enquanto apanhava uma palavra ou outra mas a palavra mais ouvida era a de “Luis Da Silva”. Isto é que é, finalmente o meu mérito reconhecido, é preciso uma pessoa ir dançar para um pais estrangeiro para vermos o nosso valor reconhecido. Bem a aula lá foi decorrendo com as chicas quase sempre engalfinhadas a tentar ultrapassarem-se umas às outras para irem dançar comigo. No fim ficamos na conversa um pouco e lá começou um ataque cerrado a pedirem-me o telemóvel, mas eu não dei não senhora, vão sofrer bastante até terem o meu contacto, mas pensam que os Português são fáceis ou quê. À saída estava uma limosine parada à beira da rua, mal me viram a porta abriu-se e um matulão que estava especado à porta da escola disse-me para o seguir até à limusine, embora um pouco desconfiado e até confuso lá o segui em direcção ao carro tendo dado uma espreitade-la para o seu interior mal a distancia assim o permitiu, lá dentro estava o meu grande amigo príncipe Filipe sentado que fez um enorme sorriso de alegria ao ver-me aproximar, “Luis Da Silva” que prazer em rever-te, então como vai isso?” – disse ele. Na mão tinha uma garrafa de Cava (Espumante Espanhol) pronta a abrir. Conforme fui entrando verifiquei que o meu amigo Filipe não estava sozinho, no banco em frente ao banco onde se encontrava sentado e de costas para o banco do condutor, que não se via devido ao vidro escuro que nos separava da parte da frente da limisone, estavam duas louras deslumbrantes, uma vestida de vermelho e outra de lantejoulas pretas ambas com vestidos bastante justos ao corpo e cada uma com o decote maior que a outra, as saias dos vestidos eram compridas mas umas com enormes rachas até.. até onde a vossa imaginação (dos homens claro) permitir. Entrei e sentei-me confortávelmente e estava a dar um caloroso aperto de mão ao príncipe quando nisto voo um galo que poisou mesmo em cima do “frapé” do champanhe, perdão, da cava. Um galo, mas de onde raio veio o galo. Depois de alguns momento de confusão e desorientação lá acordei... era o raio do despertador que tenho no telemóvel que estava a tocar com o som do galo. Já ando à que tempos para mudar aquele maldito som do despertador/telemóvel . Qualquer dia atiro o galo, perdão o despertador, perdão o telemóvel pela janela fora. Bem lá me levantei e fui tomar o duche matinal antes de ir trabalhar para a Nestlé. Afinal as aulas de salsa aqui até já acabaram. “Bolas” – pensei eu antes de entrar na banheira e já com a imagem das louras a esfumar-se – “maldito galo, bem podia ter aparecido mais tarde”.

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