Crónicas Barcelonistas 21 - Regresso de Férias

18 de agosto de 2004

Pois, lá se acabaram as férias. Depois de umas fériasitas lá recomeçaram as viagens de avião. Parece que anda tudo ao contrario, antes andava de avião quando ia de férias agora ando de avião quando não estou de férias. Na segunda feira lá me apresentei ao serviço revigorado e pronto para trabalhar. Entrei na sala e qual não é o meu espanto quando vejo a sala completamente vazia. Será que me enganei e era feriado nacional na Catalunha? Ou será que me queriam pregar alguma partida. Ainda estava a ver se aparecia alguém de traz dos armários a dizer “surpresa” mas em castelhano claro, mas não. Não estava mesmo ninguém na sala. A sala onde costumam estar mais de 20 pessoas a trabalhar estava completamente vazia. Estes Espanhóis não brincam em serviço, quando dizem que vão de férias vão mesmo. Lá montei o meu estaminé (ou seja o meu PC portátil) e lá me preparei para iniciar mais uma semanita. Verifiquei se tinha e-mails com “instruciones” de que deveria fazer, mas somente uns e-mailesitos com informação diversa, mas sem nada em concreto sobre que fazer. “Bonito serviço”, pensei eu, então e agora que é que vou fazer. Bem lá comecei a ler mais uns manuais de SAP, mas aquilo, ainda por cima ali sozinho, dava cá uma soneira, assim para não adormecer vali-me das novas tecnologias, ou seja de vez enquanto navegava um pouco na Net e ia enviava uns e-mails pró pessoal. Agora sim podia navegar à vontade sem ter nenhum mirone atrás de mim a ver o que estava eu a fazer e a ver as páginas de Net que frequento. Não quer isso dizer que as páginas da Net sejam impróprias, essas vejo eu em casa... quando digo impróprias digo impróprias para o trabalho claro, seu depravados. Mais tarde lá apareceu o chefe mor cá da zona para ver quem estava na sala. Foi a primeira vez que gostei de o ver, pois sempre interrompeu a monotonia onde estava mergulhado – “Olá Luis enton essas férias” lá começou ele a tentar falar Português para me agradar. Bla, bla, bla, e lá fizemos uma conversazita de circunstancia como apanágio nestas ocasiões, e lá se foi embora.
De vez enquanto lá ia beber um cafézito noutros pisos na esperança de ir encontrando alguns desgraçados que como eu tivessem vindo trabalhar antes do fim de Agosto, mas quase não se via vivalma, parecia um prédio fantasma, não havia quase ninguém. Pirei-me por volta das 5 da tarde que já estava farto daquilo. Na paragem de autocarro lá parou mais um carro a perguntar-me o caminho para a A2 cá da zona. Sim eu disse mais um, leram bem, é que não sei o que se passa mas o pessoal que anda por aqui perdido acho que resolveu todo fazer-me perguntas sobre direcções e indicações da cidade. É que é uma coisa impressionante, é rara a semana que não haja alguém a pedir-me alguma indicação. “Para ir para a calle (rua em espanhol) X.P.T.O por favor”, devo ter mesmo cara de quem é conhecedor da zona, mal sabem eles que tomara eu saber muitas vezes por onde ando eu quanto mais dar informações aos outros. Mas é claro que como qualquer homem que se preze, nunca digo que não sei, tento sempre ser prestável, principalmente se for uma chica, e dar um ar de quem percebe da coisa. Faço um ar pensador como quem está a pensar onde ficará a dita zona que perguntam, e lá dou a indicação de mais ou menos onde eu acho que ficará localizada a zona pretendida. É provável que a indicação seja completamente errada mas um homem nunca diz que não sabe onde fica um local, mesmo numa cidade estrangeira, e de facto a convicção com que algumas vezes dou as informações até deve dar um ar de “viemos ter com o gajo correcto, é este fulano que nos vai indicar o bom caminho”. Claro que as chicas vêm perguntar-me estas informações só para meter conversa, mas enfim eu já nem ligo. Resumindo já foram para aí 2 dezenas de pessoas a pedir-me informações e o entranho é que ainda nenhuma de perguntou onde era a Avenida Obliqua essa Avenida tão conhecida em Barcelona, porque será?

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